“Ele acredita que está a salvar o mundo”, diz Kola Boof
KOLA BOOF é uma escritora norte-americana, mas que em tempos foi forçada a viver com Bin Laden, durante meio ano. Uma experiência que Kola conta hoje no seu livro “Diário de uma rapariga perdida” e que, afirma a escritora, já lhe valeu ameaças de morte.
Que tipo de ser humano era Bin Laden pessoalmente?
Osama nunca gritava, nunca levantava a voz . Era mau, mas ao mesmo tempo extremamente inteligente. E emocional. Quando dava ordem para matar um homem, chorava sempre. Ele acredita que está a salvar o mundo, pensa que Alá quer que ele converta todos em muçulmanos e que todos têm de ser arabizados. Acredita que, quando morrer, será um novo Maomé.
Bin Laden considera maléfica a música ocidental, mas ouvia Van Halen e B-52. Não é contraditório?
Havia uma dupla personalidade, dois Osamas num só homem. Ele era muito islâmico e árabe e também muito ocidental. Gosta de séries de televisão americanas e de música. Quando tínhamos sexo, ele gostava de se “pedrar” com marijuana e só então gostava de música. Mas quando tudo terminava, desligava a música, caía de novo na religião e ia rezar. Sentia-se sujo. No entanto, o seu sagrado Alcorão diz que, se capturar mulheres ao inimigo, pode ter sexo com elas. Era isto que explicava às amantes, porque eu não era a única.
Alguma vez Bin Laden lhe explicou porque não queria ter filhos seus?
Porque sou negra. Não casa com nenhuma mulher que não seja uma jovem árabe. Esta é a sua regra. Ele dizia: “As negras deveriam ser tratadas para não ter filhos e para que os árabes pudessem ter sexo com elas sempre que quisessem.”
Mas escreveu que ele queria casar-se com Whitney Houston, que é negra!
Ele disse apenas que quebraria a sua “regra da cor” por causa dela e que a converteria ao islão. Ele queria-a de forma tão intensa que disse ser a excepção.
Por que revelou a sua relação com Bin laden?
Eu não a revelei. O jornal “The Guardian”, de Londres, queria escrever um artigo sobre mim. Quando eu neguei conhecer Bin Laden, começaram a investigar pessoas que me conheciam e chegaram mesmo a contactar o Governo norte-americano. Isso fez com que fosse investigada e detida. Tive de contar tudo, uma vez que me ameaçaram de expulsão dos Estados Unidos. A informação chegou à imprensa americana e foi assim que começou. Acusaram-me de estar a mentir porque “não era islâmico para ele [Bin Laden] ouvir Van Halen”. Não acreditam na história, por ser tão surreal, mas é a verdade. Juro por Deus! Não inventei nada!
Muitos políticos, incluindo George W. Bush, dizem que “o islão é a religião da paz”.
Quando era criança, estava na escola, e ensinaram-me a odiar os ocidentais; e que Alá nos iria recompensar se matássemos os ocidentais, mesmo pessoas inocentes. Diziam-nos que, se atássemos uma bomba à nossa volta e a fizéssemos explodir nos correios, iríamos para o Céu. O que era bom era fazer isso por Alá.
JORNAL METRO(Lisboa) – 11.09.2006
A história já tem anos mas o "bixo" continua vivo.