Em Maio, o teste nuclear. Agora, o alerta real. A Coreia do Norte disse ontem estar preparada para lançar um ataque nuclear "impiedoso", depois da tensão criada com os Estados Unidos pela condenação de duas jornalistas norte-americanas a dez anos de trabalhos forçados.
A ameaça acentua diferenças entre Washington e Pyongyang, mas a gota de água que fará transbordar o copo parece cada vez mais próxima. Já em 2006 o regime norte-coreano tinha ameaçado os EUA com um ataque nuclear, na presença de sinais de ameaça norte-americana. Bernardo Pires de Lima, analista internacional assegura ao i que "a comunidade internacional duvida do alcance concreto, mas o problema é tudo o que não é conhecido. Trata--se do país mais obscuro à face da terra".
A condenação das duas jornalistas é vista pelos observadores como uma tentativa do país aumentar o poder negocial. Pires de Lima acrescenta que a sentença é uma "reafirmação do regime comunista, quando Kim Jong-il nomeou para seu sucessor o filho mais novo e precisa de transmitir confiança à ala mais conservadora do partido ". No entanto, a ameaça pode deixar uma mensagem clara: "A Coreia quer dizer aos EUA que o multilateralismo não funciona e reclama um tratamento de igual para igual."
Laura Ling e Euna Lee foram detidas enquanto capturavam imagens da Coreia do Norte, na fronteira com a China. Depois da sentença foi a vez das famílias de Laura Ling e Euna Lee pedirem à Coreia a libertação das jornalistas. Pires de Lima acredita que o país esteja a fazer bluff mas assegura que a resposta está no regime chinês. "A China tem a arma na mão, mas mostra relutância face à possibilidade de quaisquer confrontos na fronteira norte do país.
Fonte : Ionline
