A retoma do Benfica a nível de prestação da sua equipa principal de futebol atingiu, como se esperava, o desempenho das ações da SAD na Bolsa de Valores de Lisboa. Como referia o "Jornal de Negócios" na sua edição de ontem, os golos de Óscar Cardozo e companhia catapultaram os títulos da Benfica SAD para os melhores resultados em ano e meio, equivalendo a uma subida na ordem dos 30% desde o final de junho, já em pleno defeso.
Ontem, no fecho do mercado, cada ação do Benfica valia 2,31 euros, corrigindo ligeiramente em relação à véspera, mas mantendo um claro sentido contrário ao das ações dos rivais FC Porto e Sporting, que só este ano já desvalorizaram 4,29% e 9,5%, respetivamente.
O efeito das vitórias e do bom futebol que a equipa de Jorge Jesus tem vindo a conseguir explica facilmente a recuperação do papel. Ainda há cinco meses, a 28 de abril, as ações do Benfica atingiram o seu mínimo histórico, tendo sido transacionadas a 1,72 euros, quando o seu valor nominal, à data em que foram colocadas no mercado pela primeira vez (maio de 2007), era de 5 euros por ação. Isto é, no final da última temporada futebolística e em conjugação com mais um ano de frustrações e desilusões, as ações do Benfica refletiam a falta de confiança dos investidores (e adeptos, muitos deles pequenos acionistas). Com a chegada de Jorge Jesus e a transformação verificada na produção futebolística da equipa, tudo mudou para melhor e o valor das ações disparou.
Ainda assim, para o analista de economia desportiva Camilo Lourenço, trata-se de um comportamento "típico do futebol, onde prevalece a emoção e não a razão", e por isso defende que no atual cenário, o melhor a fazer por um investidor especulador "é vender".
Já o empresário Joe Berardo aplaude o movimento do mercado, classificando-o como uma resposta positiva "ao bom trabalho desenvolvido pelos responsáveis da SAD e do clube". Ao contrário de Camilo Lourenço, Berardo acredita que as ações do Benfica podem continuar a subir e a dar algum lucro.
Fonte : Record
