Apelidado de papa de Hitler, Pio XII
O papa Bento XVI não é dos mais hábeis no que toca ao senso de oportunidade e de conveniência.
Serve de exemplo, dentre outros, o sucedido na aula magna que Ratzinger proferiu na universidade alemã de Ratisbona, em setembro de 2006. Ele fez infeliz e inoportuna referência ao juízo do imperador bizantino Manuel II Paleólogo sobre Maomé: “A sua ordem para espalhar pela espada a fé que ele pregava”.
No último sábado, o papa Bento XVI proclamou “as virtudes heróicas” e a condição de “venerável” do papa Pio XII, no mundo civil Eugenio Pacelli. Morto em outubro de 1958, o pontificado de Pacelli foi marcado pelo silêncio sobre o nazismo e a Shoá.
Em 16 de outubro de 1943, manteve-se inerte quando, em Roma e próximo ao Vaticano, foram colocados em trens, na estação Tiburtina e com destino ao campo de concentração de Auschwitz, 1.021 judeus italianos: só se salvaram 17.
No elenco dos veneráveis “Servos de Deus” estava, como para aliviar o impacto negativo, o papa João Paulo II, de grande prestígio e respeito, inclusive entre os judeus.
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