Raul Solnado. O pai insistiu para que lhe sucedesse à frente da loja de vassouras, na Madragoa, mas ele quis ser actor. Durante décadas, gozou do estatuto de maior humorista português. Dedicou uma vida ao teatro, à televisão e, nos últimos anos, à Casa do Artista. Em breve estará de volta à RTP com Amores Perfeitos. Entrevista de Sónia Bento e fotografias Carlos Ramos
Há mais de 40 anos que mora na mesma casa, com uma vista fantástica sobre Lisboa e as paredes repletas de fotografias, de recordações do teatro e de quadros pintados pelo seu amigo de sempre, José Viana. Raul Solnado diz que a sua grande paixão é conversar, o que fez com a SÁBADO, sentado à mesa onde projectou programas de televisão que os portugueses não esquecem – o Zip-Zip, com Carlos Cruz e Fialho Gouveia, ou a Visita da Cornélia. Aquele que é considerado um dos maiores humoristas portugueses falou de tudo – da mãe, que nunca conheceu, do médico por quem se “apaixonou”, das várias relações falhadas, das fases melancólicas e do seu projecto de vida: “Ter uma família, que hoje não tenho...” Orgulha-se da excelente relação que mantém com os três filhos e elogia a neta, a actriz Joana Solnado: “Eu sei que não devia dizer isto, mas que se lixe: ela é e será uma grande actriz!” Aos 77 anos, garante que vive “bem” sozinho e que, apesar dos problemas de saúde por que já passou, se sente muito saudável. Continua pelo País com o espectáculo Conversas à Solta, porque as palmas lhe fazem muita, muita falta.
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